*Cláudio Damião Santos Pereira
É indiscutível que a violência em nossa cidade vem crescendo consideravelmente. Basta abrir as páginas do nosso A Voz da Serra para ver a quantidade de furtos, assaltos, assassinatos, vítimas de armas de fogo, golpes, contos do vigário etc. Isso sem falar da violência no trânsito. A situação está assustadora.
Outro dia, conversando com uma bancária, ela me dizia de sua aflição com relação ao que seu filho passou ao ser abordado, por mais de uma vez, nas ruas de nossa cidade. Ele foi assaltado em plena luz do dia. O sentimento dela era de total impotência; o dele, de medo, de insegurança.
Tomamos conhecimento do que é noticiado, e imagino que muita coisa passe ao largo, até porque muita gente não registra a ocorrência na Delegacia de Polícia. Portanto, as informações quanto ao índice de violência, certamente, acabam não refletindo a realidade.
Há uma violência específica contra jovens e contra idosos, estes últimos, presas fáceis que são, por certo, não reclamam, saem calados após serem vítimas de oportunistas que agem, principalmente, nas portas e proximidades dos bancos. O que não excluí, claro, o ataque a outras pessoas.
No mês de julho ocorreram, se não me engano, quatro casos de pessoas que foram vítimas de furto e roubo nas imediações dos bancos. Uma delas estava dentro do caixa eletrônico. Estes casos foram noticiados pelo jornal A Voz da Serra. Considerando-se que nem todos registram a ocorrência, o número pode ser maior.
A questão da segurança nos bancos é um problema que também não pode ser descuidado. Não me refiro à segurança do patrimônio dos bancos, mas à segurança das pessoas, clientes, usuários e bancários. Por isso, reclamamos da necessidade dos bancos instalarem câmeras de vídeo, portas de segurança, aumento do efetivo de vigilantes nas agências, entre outras medidas. Algumas só são atendidas por pressão nossa.
Não é de hoje que o sindicato dos bancários clama por isso, inclusive pelo cumprimento da lei que limita o tempo de espera nas filas. Devo dizer que se não fosse a ação do sindicato ainda não haveria assentos para espera, senhas numéricas, bebedouros de água filtrada para o público, banheiros, rampas e tantas outras coisas. Para os bancos só interessa o lucro. Por outro lado, há anos, esperamos que o Procon de Nova Friburgo seja equipado, que contrate fiscais, que tenha computadores, advogados, estagiários e um quadro de carreira para atendimento ao público. As coisas caminham a passos de tartaruga e por isso os bancos continuam à vontade para não cumprirem, por exemplo, a lei que limita o tempo de espera nas filas, o que levaria a contratação de mais bancários e interromperia a lógica de empurrar os clientes para as salas de auto-atendimento, onde estes ficam mais expostos aos riscos de serem vítimas de furtos, assaltos e golpes. Principalmente os mais idosos.
Uma iniciativa importante seria, ao menos nos dias pagamento de benefício aos aposentados e pensionistas, que a Polícia Militar colocasse um efetivo de policiais nas calçadas para inibir a ação dos meliantes e proteger a população, em especial os idosos.
Quanto aos bancos, este debate se dá na nossa categoria não só em Nova Friburgo, mas no país inteiro, em mesas temáticas de reuniões com os bancos. Mas os avanços são sempre demorados e aquém do que se espera de um setor que cobra muito pelos serviços com um retorno tão pequeno aos usuários. Por outro lado, os clientes precisam se ver como consumidores e questionar mais, seja contra tarifas abusivas, por serviços mais baratos, por atendimento mais rápido, pela contratação de mais bancários, ou por mais segurança.
*Presidente do Sindicato dos Bancários de Nova Friburgo